Evandro, o "deitado", um exemplo de
vida...
Caraguá realiza nesta sexta e sábado, dias 27 e 28,
sua primeira conferência dos direitos das pessoas com deficiência. Na conferência,
64 delegados, escolhidos nas três pré-conferências realizadas nas região do
centro, sul e norte, vão definir quatros representantes e 16 propostas que
serão encaminhadas para a conferência regional,dia 30 de maio, em São José dos
Campos. Trata-se de um grande avanço em nossa cidade. Muita gente desconhece,
mas é grande o número de pessoas com deficiência na cidade, principalmente, se
considerarmos também os idosos com mobilidade reduzida. Cresce a cada dia o
número de pessoas idosas em Caraguá. Muitos deles, vindo de outras cidades, em
busca de uma melhor qualidade de vida por aqui. Aliás, foi justamente, por
causa dessa realidade, que o prefeito Antonio Carlos da Silva, criou este ano a
Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa Com Deficiência e do Idoso e
investe na acessibilidade. A secretaria, sob o comandado de Ivy Malerba, quando
devidamente estruturada, poderá ajudar muita gente com deficiência e mobilidade
reduzida. É só aguardar...Muitos de nossos deficientes, no passado, dependiam de
seus esforços e de muita dedicação da família, para poder trabalhar,
estudar ou exercer uma atividade. Conto aqui, a história de um deles, o amigo
Evandro, um comerciante de muito sucesso em nossa cidade. Serve como exemplo
para muita gente, que mesmo em perfeitas condições, só reclama da vida...
Um exemplo de superação de vida
Evandro de Oliveira Santos, mais conhecido como “deitado”, é comerciante há 22 anos em Caraguatatuba, proprietário da Mercearia, Restaurante e Estacionamento Renascer do Mar, no bairro do Aruan. Evandro vive em uma “cama sobre rodas” há 32 anos, devido a uma paralisia causada por uma facada que atingiu a sua coluna cervical. Evandro foi vítima de um assalto no dia 12 de dezembro de 1979, uma terça-feira, precisamente, às 14 horas. O assaltante atingiu-o com um golpe de faca nas costas. Evandro passou por três cirurgias, mas nunca mais voltou a sentar e nem, a andar. A estória de Evandro começou em Governador Valadares(MG), onde nasceu. Com dois anos e meio de idade mudou-se com a família para Poá(SP). Viveu ainda no Itaim Paulista e Cidade Vargas, região sul da capital. Foi excelente jogador de futebol, atuando em vários times da várzea paulista. Era centroavante e goleador. Defendeu o Metal do Jabaquara, o Galo do Ipiranga, equipes das mais consideradas na várzea paulista. O sonho de atuar num grande clube da capital acabou quando a faca atingiu sua medula e o deixou paralítico. Evandro virou comerciante. Chegou em Caraguá na década de 80 e abriu um estabelecimento comercial no Aruan, na avenida União das Américas. Logo depois, incentivado por um funcionário da prefeitura, se instalou na avenida da praia, próximo a ponte do Rio Lagoa, onde está até hoje. Ele passou a trabalhar com o turismo de um dia e venceu na vida. “Muita gente ficou rico com o turismo de um dia, mas não soube aproveitar. Eu investi o dinheiro que ganhei e vivo bem”, conta. Evandro contou ainda que foi graças ao prefeito de Caraguá, Antonio Carlos da Silva, que conseguiu em 1997 licença para explorar um estacionamento para ônibus de turismo de um dia. “Eu tentava há muito tempo obter a licença, mas não conseguia. Um dia, o governador Mário Covas veio à cidade e eu fui ao seu encontro com toda a documentação. Mostrei tudo prá ele. Covas chamou o Antonio Carlos e disse á ele que eu era trabalhador, que eu merecia a licença. O Antonio Carlos chamou o Mário Brito(fiscal da prefeitura) e pediu para liberarem o alvará”, disse. Evandro tinha conhecido Mario Covas na capital. Tinha feito campanha prá ele e Fernando Henrique Cardoso. Ele conta que Covas era seu maior ídolo. Faz questão, no entanto, de destacar o prefeito Antonio Carlos da Silva: “foi o homem que mudou Caraguá, um prefeito realizador”, destacou. Segundo ele, o prefeito fez e faz muito pela cidade. Destaca, por exemplo, a orla da cidade, segundo ele, tudo valorizado graças a atuação do prefeito. Evandro é casado com dona Maria Aparecida, há 35 anos. Tem um casal de filhos e cinco netos. Trabalha de domingo a domingo, em média 14 horas por dia. Não depende e nunca dependeu de dona Cida. “Apesar da paralisa faço tudo sozinho: lavo, passo, cozinho e tomo conta do comércio”, afirmou. Dona Cida, confirma tudo. “Ele não necessita da ajuda de ninguém no seu dia-a-dia”.
Um exemplo de superação de vida
Evandro de Oliveira Santos, mais conhecido como “deitado”, é comerciante há 22 anos em Caraguatatuba, proprietário da Mercearia, Restaurante e Estacionamento Renascer do Mar, no bairro do Aruan. Evandro vive em uma “cama sobre rodas” há 32 anos, devido a uma paralisia causada por uma facada que atingiu a sua coluna cervical. Evandro foi vítima de um assalto no dia 12 de dezembro de 1979, uma terça-feira, precisamente, às 14 horas. O assaltante atingiu-o com um golpe de faca nas costas. Evandro passou por três cirurgias, mas nunca mais voltou a sentar e nem, a andar. A estória de Evandro começou em Governador Valadares(MG), onde nasceu. Com dois anos e meio de idade mudou-se com a família para Poá(SP). Viveu ainda no Itaim Paulista e Cidade Vargas, região sul da capital. Foi excelente jogador de futebol, atuando em vários times da várzea paulista. Era centroavante e goleador. Defendeu o Metal do Jabaquara, o Galo do Ipiranga, equipes das mais consideradas na várzea paulista. O sonho de atuar num grande clube da capital acabou quando a faca atingiu sua medula e o deixou paralítico. Evandro virou comerciante. Chegou em Caraguá na década de 80 e abriu um estabelecimento comercial no Aruan, na avenida União das Américas. Logo depois, incentivado por um funcionário da prefeitura, se instalou na avenida da praia, próximo a ponte do Rio Lagoa, onde está até hoje. Ele passou a trabalhar com o turismo de um dia e venceu na vida. “Muita gente ficou rico com o turismo de um dia, mas não soube aproveitar. Eu investi o dinheiro que ganhei e vivo bem”, conta. Evandro contou ainda que foi graças ao prefeito de Caraguá, Antonio Carlos da Silva, que conseguiu em 1997 licença para explorar um estacionamento para ônibus de turismo de um dia. “Eu tentava há muito tempo obter a licença, mas não conseguia. Um dia, o governador Mário Covas veio à cidade e eu fui ao seu encontro com toda a documentação. Mostrei tudo prá ele. Covas chamou o Antonio Carlos e disse á ele que eu era trabalhador, que eu merecia a licença. O Antonio Carlos chamou o Mário Brito(fiscal da prefeitura) e pediu para liberarem o alvará”, disse. Evandro tinha conhecido Mario Covas na capital. Tinha feito campanha prá ele e Fernando Henrique Cardoso. Ele conta que Covas era seu maior ídolo. Faz questão, no entanto, de destacar o prefeito Antonio Carlos da Silva: “foi o homem que mudou Caraguá, um prefeito realizador”, destacou. Segundo ele, o prefeito fez e faz muito pela cidade. Destaca, por exemplo, a orla da cidade, segundo ele, tudo valorizado graças a atuação do prefeito. Evandro é casado com dona Maria Aparecida, há 35 anos. Tem um casal de filhos e cinco netos. Trabalha de domingo a domingo, em média 14 horas por dia. Não depende e nunca dependeu de dona Cida. “Apesar da paralisa faço tudo sozinho: lavo, passo, cozinho e tomo conta do comércio”, afirmou. Dona Cida, confirma tudo. “Ele não necessita da ajuda de ninguém no seu dia-a-dia”.
Evandro vive de bem com a vida. Não reclama
de nada e recebe o carinho de todos que frequentam seu estabelecimento. É
conhecido no Brasil todo. Ele é são paulino roxo, é fã de Roberto
Carlos(tem todos os seus discos e CDs) e adora uma boa feijoada. Uma vez
por ano, Evandro tira um mês de férias e viaja com dona Cida para curtir a
vida. Uma coisa interessante: há alguns anos atrás apareceu um médico em seu
estabelecimento e lhe pediu um pouco de flor de maracujá para tratar de seu
problema de estomago. O médico se interessou em ajudá-lo. Convidou-o para uma
consulta na capital. Evandro foi até a capital, foi avaliado por vários médicos
e no final, lhe informaram que seria possível reverter a paralisia. Evandro
retornou para Caraguá e pensou muito sobre o assunto. Passado alguns dias,
decidiu não encarar a quarta cirurgia. A explicação: sou feliz assim, não sei
se voltando a andar minha vida seria melhor. Ele preferiu continuar do mesmo
jeito,mas feliz da vida...
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O direito a uma segunda chance
Há algumas semanas o Brasil inteiro
se chocou com a ação comandada pela Polícia Militar de São Paulo para a
retirada dos viciados em drogas – principalmente crack – de uma região bem no
centro da capital paulista. Diante das imagens dos dependentes, verdadeiros
zumbis, sendo retirados de uma região há anos conhecida como “cracolandia”.
A ação que dividiu a opinião pública
fez transcender em muitos setores a sensação de impotência na possibilidade de
recuperação destas pessoas entregues ao vício.
Diante de tudo isso foi preciso
buscar histórias com final feliz para descobrir a possibilidade de dar a
oportunidade da segunda chance àqueles que buscam uma nova alternativa para a
vivência limitada e em muitas vezes em condições sub-humanas.
E em meio a algumas oportunidades
encontramos em um grupo de apoio duas histórias de jovens que enfrentaram o
vício e chegaram praticamente ao fundo do poço antes de buscar ajuda e
conseguir se livrar da dependência química
A primeira delas, e certamente uma
das mais marcantes foi a do dentista Ricardo. Frequentador há mais de três anos
do grupo Esperança Viva, em São Sebastião, ele conta que o inicio do contato
dele com as drogas foi quando tinha 15 anos ainda quando morava em São José dos
Campos, no Vale do Paraíba. “Comecei por influencia de amigos fumando maconha e
desde muito cedo o contato com as drogas nortearam a minha vida e, de certa
forma, a minha relação com as pessoas e os estudos”, comentou.
A utilização das drogas não impediu o
jovem de prestar vestibular e ingressar em uma universidade para fazer o curso
de odontologia.
“Mesmo no período de estudos na
universidade as drogas nunca saíram de vez da minha vida. Nesta fase comecei a
usar cocaína e até o crack. Foram anos da minha vida comprando e consumindo drogas
pesadas seja na companhia de amigos da própria universidade ou sozinho em casa
mesmo. Chegou uma fase que usava o crack a noite toda e pela manhã ia para o
consultório onde atendia aos meus pacientes ainda sob o efeito da droga”,
detalhou.
O período de conscientização da
necessidade de buscar ajuda surgiu no momento em que ele começou a namorar.
“Quando conheci a minha namorada, hoje esposa, já estava na fase de usar o
crack, mas, para ela cheguei a dizer que era dependente de cocaína. A revelação
foi bombástica e na época ela caiu em depressão e chegou até a perder o
emprego. Me senti culpado e por isso mesmo decidi sair de São José dos Campos
para morar em São Sebastião como forma de buscar uma segunda chance” comentou.
A mudança para outra cidade e o
afastamento dos antigos amigos facilitou a conscientização e o desejo de buscar
ajuda para tentar se livrar do vicio. “Começamos uma vida do zero em São
Sebastião. Confesso que em determinados dias saia escondido da minha namorada e
subia para São José onde tinha o acesso as drogas mais facilmente. A vontade de
buscar ajuda surgiu depois que conheci o Paulo e o grupo Esperança Viva, eles
foram às chaves para a minha internação e a vivência dentro da fazenda
esperança onde fiquei por um ano”, destacou.
A chegada na Fazenda, em
Guaratinguetá, não foi tarefa das mais fáceis tendo em vista a notícia recebida
por ele um dia antes da internação. “Estava com as malas prontas quando minha
namorada me disse que estava grávida. Aquilo caiu como uma bomba sobre a minha
cabeça. Estava com a oportunidade de buscar ajuda, mas, ao mesmo tempo como eu
iria deixá-la sozinha. Conversamos bastante e ela me deu todo apoio para seguir
na reabilitação durante o período da gestação”, afirmou.
A estadia dentro do convívio da Fazenda
Esperança foi tão positiva na vida do casal que os dois decidiram realizar a
cerimônia do casamento no local onde Ricardo conseguiu sua reabilitação. “Um
dia antes de sair nós fizemos uma cerimônia religiosa e nos casamos. Desde
então a referencia daquele lugar é muito forte na minha vida. Hoje, não
trabalho mais como dentista, a não ser uma vez por mês quando volto para Guará
para dentro da fazenda e no consultório que montei para ajudar o tratamento dos
dependentes internados”, finalizou.
Em outro caso, a palavra conscientização foi justamente a peça chave
para a busca de uma nova vida. No dia em que concedeu a entrevista para o Jornal Imprensa Livre, o jovem Rodrigo,
de 24 anos, havia saído da Fazenda Esperança há apenas dois dias. Depois de ter
ficado internado no lugar durante um ano, o rapaz ainda estava se acostumando
com as mudanças na sua rotina diária e a até mesmo lidar com as situações
embaraçosas do dia a dia. Segundo ele, o que o levou para o Vale do Paraíba foi
justamente o vicio na cocaína. “Com 20 anos de idade e influenciado por alguns
amigos comecei a usar drogas. A cocaína foi o meu limite e quando decidi buscar
ajuda já estava no fundo do poço. Meu pai foi o grande incentivador para que eu
pudesse me tratar”, disse. “Foi ele quem me apresentou o grupo e posteriormente
me levou para a Fazenda. Hoje, vejo a vida de outra maneira com olhos de alguém
que acredita em um Deus e respeita a família”, argumentou.
Na avaliação de Rodrigo, a influência dos amigos e a falta de diálogo dentro
de casa foram os grandes motivos para o inicio do contato com as drogas. “Entrei
nesta vida por uma fraqueza. Hoje, com tudo o que aprendi durante o período de
internação posso garantir que tenho uma vida nova. Consigo amar mais, ajudar
meus pais e minha família”, disse.
O
Grupo
O Esperança Viva é
um grupo de autoajuda ligado a Fazenda Esperança. No Litoral Norte são duas
sedes, uma em São Sebastião e outra em Caraguatatuba que desde 2009 dá apoio
para os jovens que desejam ir para a Fazenda Esperança no Vale do Paraíba. Em
São Sebastião, os encontros são aos sábados às 8 horas, na igreja matriz de São
Sebastião e em Caraguatatuba todas as quintas-feiras às 19h30 na Catedral do
Divino Espírito Santo, no Indaiá.